O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) avaliou nesta quarta-feira (11) que as altas taxas de juros bancárias que estão sendo cobradas dos consumidores podem levar a um cenário de “superendividamento”. No cheque especial, os juros cobrados são os maiores em 20 anos e, no cartão de crédito, superaram a marca dos 410% ao ano em outubro, segundo números do Banco Central.
“Um dos principais pontos que o consumidor deve se atentar na hora de obter crédito é a taxa de juros oferecida pela instituição financeira quando recorrer a empréstimos, financiamentos ou cartão de crédito. Com a grande variedade de produtos financeiros, é comum não saber a taxa utilizada e até mesmo piorar a própria situação financeira devido a um descontrole no planejamento”, avaliou o SPC Brasil.
A economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito, Marcela Kawauti, afirma que fazer um planejamento é uma das melhores saídas para evitar o endividamento. “Contrair dívidas não é aconselhável, já que parte da renda fica comprometida por um longo tempo. Porém, muitas vezes é a única saída para a aquisição de um bem importante, para o pagamento de contas essenciais ou para um momento de urgência. Neste caso, conhecer as diferentes taxas de juros ajuda a minimizar o comprometimento da renda”, avaliou.
Segundo ela, o cheque especial deve ser usado somente em casos de emergência e com planejamento. “Mas se não houver cuidado, é comum não conseguir sair da bola de neve que uma dívida inicial vai gerando”, afirmou a economista. Neste caso, uma dívida de R$ 1 mil reais hoje subirá para mais de R$ 3 mil em um ano, e para cerca de R$ 12 mil em dois anos.
No cartão de crédito, uma dívida de R$ 1 mil reais pendente atualmente, em um ano saltará para quase R$ 5 mil reais; em dois anos, a dívida subirá para R$ 24 mil, e em três anos será 100 vezes maior do que a dívida inicial: aproximadamente R$ 120 mil.